Você sabia que as pálpebras dos nossos olhos precisam estar em uma posição neutra, isto é, podem cobrir no máximo até 2 milímetros da margem superior do olho? Quando isso não acontece, temos o que chamamos de ptose palpebral, que pode ser leve, moderada ou grave.

A ptose palpebral pode ser adquirida, mas também pode estar presente desde o nascimento da criança, nesse caso, chamada de a ptose congênita.

Além de poder ser causada por uma incompetência no músculo levantador da pálpebra, essa condição também pode estar associada a anomalias craniofaciais, como a Síndrome de Turner, Síndrome de Noonan, Rubinstein-Taybi, Saethre-Chotzen, entre outras.

O profissional médico deve alertar a família sobre o fato de que, em casos mais graves, nos quais um olho da criança está consideravelmente mais fechado que o outro, a possibilidade de uma nova cirurgia no futuro é ainda maior. Além disso, fatores como a cicatrização e a imaturidade da anatomia palpebral também podem fazer com que a cirurgia da ptose não seja definitiva.

Se não tratada, a ptose palpebral pode ter consequências, como astigmatismo, ambliopia e até mesmo causar problemas como torcicolos frequentes.

Condição pode estar presente em casos de cranioestenoses sindrômicas

Uma das condições que podem estar associadas a ptose congênita, é justamente um tipo raro de cranioestenose sindrômica, a Síndrome de Saethre-Chotzen.

As cranioestenoses, em geral, podem gerar possíveis complicações clínicas graves, como hipertensão intracraniana, além de alterações craniofaciais e perda auditiva. Apesar de nem sempre existirem impactos mentais, a Síndrome de Saethre-Chotzen pode sim causar transtornos desse tipo.

Em alguns casos, os pacientes também podem apresentar sindactilia envolvendo partes moles dos dedos indicador e médio. Uma vez detectada essa deformidade, por meio de exames clínicos e de imagem, o paciente deve ser avaliado por uma equipe composta por cirurgião plástico craniofacial e neurocirurgião.

O bom prognóstico de um tratamento para cranioestenose sindrômica ou mesmo para a cranioestenose não-sindrômica, depende majoritariamente do acompanhado de uma equipe multidisciplinar, com manejo clínico-cirúrgico individual.